“Preconceito é uma coisa traiçoeira, que pega a gente pelas costas, basta bobear um pouco.” Essa frase, destacada no prefácio de Volnei Canônica, é dita pelo personagem Lucas e mostra um pouco sobre o tema que é tratado nesse livro. Além de falar sobre preconceito, a história discute outros assuntos relacionados à adolescência e à juventude, como amizade, identidade, solidão e amor.
Lucas se acha esquisito. Ele não tem amigos na escola, é incompreendido pelos colegas e, em casa, passa horas fechado em seu quarto, o que rende muitos sermões dos pais. O cotidiano solitário e monótono de Lucas começa a mudar quando ele conhece Igor. A amizade entre os dois surge de maneira espontânea e logo se concretiza: “Caímos na gargalhada e nos despedimos trocando soquinhos. Estava selada ali a amizade tipo amigos-pra-sempre”. Igor apresenta Lucas a Júlia, e eles formam um trio unido por um grande vínculo de amizade. Os três gostam de mangás, jogos eletrônicos, ouvem as mesmas bandas, leem os mesmos livros e passam tardes e finais semanas juntos, aproveitando a companhia um do outro. Mas Lucas sabe que Júlia tem um segredo que a entristece e decide descobrir do que se trata.
Narrado em primeira pessoa por Lucas, o texto de Claudio Fragata nos leva para o mundo dos adolescentes com seus conflitos, medos, inseguranças, descobertas, muitas vezes permeado pelo preconceito. O lindo projeto gráfico de Raquel Matsushita traz para o livro a beleza e a leveza da juventude e torna a leitura ainda mais agradável.
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